quinta-feira, 21 de junho de 2007

RIP

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Arqueólogo encontra prova do início do massacre de nativos da América por europeus
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O Globo OnLine.
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LIMA - O arqueólogo peruano Guillermo Cock descobriu em uma escavação o primeiro crânio já encontrado de um nativo do Novo Mundo morto pelo disparo de um conquistador espanhol. Especialistas forenses chamados para analisar um buraco encontrado no crânio confirmaram que o a vítima foi morta com um tiro. Análises de peritos americanos determinaram que a morte aparentemente ocorreu em 1536, pouco depois da fundação de Lima. A bala pode ter sido disparada por um arcabuz, uma antiga arma de fogo comum na Espanha naquela época, cujo uso foi rapidamente propagado no Novo Mundo.
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Os trabalhos de Cock, um arqueólogo com 20 anos de experiência, foram financiados pela "National Geographic", que divulgará nesta quarta-feira, em Washington, mais detalhes sobre a descoberta.
"É a primeira vez que descobrimos um cadáver com um buraco causado pelo impacto de uma bala de arcabuz", as armas dos conquistadores espanhóis do século XVI - disse Cock.
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Para os especialistas, a descoberta abre a possibilidade de se reescrever esse período da História.
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Na terça-feira, Cock disse que a descoberta de 483 sepultamentos em Puruchuco, subúrbio de Lima, revela detalhes que contrastam com as versões dos cronistas da conquista do Novo Mundo. A equipe concluiu que a maioria das pessoas achadas ali morreram de maneira violenta, vítimas de armas tradicionais, como lanças de pedra, e que, seguramente, foram mortos por outros nativos.
Aparentemente, os indígenas do povoado de Guailas, descontente com o governo inca, aliaram-se aos espanhóis, graças à mediação da princesa inca Inés Huaylas, concubina do conquistador espanhol Francisco Pizarro.
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"Vamos ter que olhar a História como um processo muito mais complexo, não são simples como um pequenos grupo de espanhóis ter sido capaz de dominar todo o império inca" - disse Cock.
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O cemitério de Puruchuco, descoberto em 2004, quando começaram as escavações para a construção de uma avenida, é considerado uma prova do Cerco de Lima, episódio que culminou com a morte do líder dos incas rebeldes, Quizo Yupanqui. Os corpos foram datados de agosto de 1536.
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Segundo Cock, para os espanhóis de Pizarro, a batalha após o Cerco de Lima foi especialmente importante, porque significou uma vitória fundamental após várias derrotas para o poderoso império inca. Os sepultamentos não foram feitos de acordo com o rito inca, possivelmente devido à pressão criada pela batalha.
"Os restos estavam muito perto da superfície, não estavam orientados em direção ao noroeste e estavam envoltos em telas simples, não como exigiam os ritos funerários. E não tinham oferendas" - descreveu Cock.
Para ele, a falta de rigor pode se explicar pelas circunstâncias extremas posteriores à batalha e "pelo temor dos incas de serem encontrados enterrando os seus. Além disso, podem ter pesado a desestruturação da sociedade inca na conquista espanhola e o possível desaparecimento dos especialistas em ritos funerários".
Todos os restos encontrados no cemitério eram de indígenas de 18 a 24 anos. Três eram mulheres. Trinta e cinco foram seguramente vítimas de doenças trazidas pelos colonizadores.
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Essa história de destruição da própria espécie deve ser genética. Não existe explicação para essa belicosidade mútua entre os seres humanos.
Talvez em alguma época remota, nós e os Beta tenhamos antepassados comuns.
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