O EMPRESÁRIO
Quando garoto em Bauru eu ia com meus pais aos eventos sociais e sempre admirava os amigos deles. Um era médico. O outro, advogado. Outro era Juiz. Tinha o professor, o industrial e o engenheiro. Mas tinha uma categoria que me deixava curioso: o Empresário.
O termo “empresário”, para mim, sempre teve uma conotação positiva. Nunca foi substantivo, sempre foi adjetivo.Dava a entender que a pessoa era séria, tinha responsabilidades, fazia acontecer.
Eu nunca entendi o que seria exatamente um empresário, mas em minha cabeça de garoto a definição acabou sendo simples:- Ele tem uma firma. Uma firma! Empresário era o “dono da firma”. E assim cresci, sonhando em um dia ser um empresário, ter a minha firma. A vida acabou me levando para outros caminhos e construí minha carreira como executivo de uma multinacional. Não virei empresário, mas tenho vários amigos que são.
A definição de empresário é: “Indivíduo que estabelece seupróprio negócio, assumindo os riscos e tendo como objetivo aobtenção de lucros”. No Código Civil encontramos a definição no artigo 966: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”
Portanto, a princípio qualquer um pode ser empresário. O negócio pode ser uma lanchonete. Uma casa de tolerância. Um templo. Uma lavanderia. Um serviço de acompanhantes. Uma boca de fumo. Qualquer negócio dá ao dono o rótulo de “empresário”.
Outro dia encontrei um dos meus amigos empresários, o Raul, em plena crise existencial.
O Raul enchia a boca dizendo que fazia parte de uma das categorias responsáveis por levar o Brasil pra frente, criando empregos, pagando impostos, movimentando a economia. E isso o enchia de orgulho. Quando chegava aos hotéis, preenchia a ficha de entrada com capricho, escrevendo“empresário” com letras maiúsculas.
Mas um dia o Raul começou aprestar atenção às notícias. Viu o Fred Godoy, aquele secretáriodo Lula. É empresário. O Silvinho “Land Rover”. Empresário. OMarcos Valério, empresário. Renan Calheiros, em sua versãovaqueira, é empresário. O Lulinha é empresário. O Oscar MaroniFilho, dono do Bahamas, é empresário. Uns pastores aí são empresários.
E, pra piorar, um curioso movimento começou a incomodá-lo. Os empresários verdadeiros começaram a ser considerados exploradores, sonegadores, aproveitadores. E o xingamento supremo chegou: elite. No Brasil de hoje, ou “nestepaíz”, ser empresário é quase-crime. Principalmente se o sujeito é um empresário bem sucedido. Lucro é sinônimo de butim...
Pronto. O Raul entrou em crise. Passou a ter vergonha de ser identificado como empresário. Está inconformado. Não quer mais ser empresário. Seu sucesso agora é uma mancha. Sua categoria virou rótulo de bandido. Sente-se “persona nongrata”. Não querser colocado no mesmo saco daqueles outros “empresários”. Está sofrendo uma crise de identidade. E me disse, tristonho:- Pô, devia ter vestibular pra empresário.
Pois para ajudá-lo, lançarei a “EmpreZONA”, uma certificaçãopara classificar empresários.
A EmpreZONA terá quatro categorias:
1) O empresário-de-ouro, para os que cumprem suas obrigações, causam impacto positivo na sociedade e têm consciência da influência que exercem sobre a comunidade onde atuam.
2) O empresário-de-prata, para os que cumprem as obrigações etêm bom desempenho, dentro do esperado.
3) O empresário-de-bronze para os que estão organizados e empenhados em contribuir, mas apenas começando. E por fim...
4) Os empresários-de-merda. Não precisa explicar, né?
Para concorrer às três primeiras categorias, mande-me um e-mail candidatando-se. Mas para concorrer à quarta categoria tem que pegar senha.
A procura será grande...
Este artigo é de autoria de Luciano Pires(www.lucianopires.com.br) e estáliberado para utilização em qualquer meio, contanto que sejacitado o autor enão haja alteração em seu conteúdo. Tomamos a liberdade deenviá-lo pois seu e-mail faz parte de nosso cadastro. Ele foicolocado lá por você ou por algum amigo (ou inimigo) que achouque você iria gostar (ou odiar).Caso não queira mais receber mensagens como esta, copie a URLabaixo(http://lucianopires.smartcrm.com.br/modules/emailmkt/section/envio/optout.php?INTE_ID=4040696&EMMA_ID=213)
.
.
.
Eu já fui empresário... A história é longa e sem um final feliz. Um dia, eu conto.
.
.
.
Quando garoto em Bauru eu ia com meus pais aos eventos sociais e sempre admirava os amigos deles. Um era médico. O outro, advogado. Outro era Juiz. Tinha o professor, o industrial e o engenheiro. Mas tinha uma categoria que me deixava curioso: o Empresário.
O termo “empresário”, para mim, sempre teve uma conotação positiva. Nunca foi substantivo, sempre foi adjetivo.Dava a entender que a pessoa era séria, tinha responsabilidades, fazia acontecer.
Eu nunca entendi o que seria exatamente um empresário, mas em minha cabeça de garoto a definição acabou sendo simples:- Ele tem uma firma. Uma firma! Empresário era o “dono da firma”. E assim cresci, sonhando em um dia ser um empresário, ter a minha firma. A vida acabou me levando para outros caminhos e construí minha carreira como executivo de uma multinacional. Não virei empresário, mas tenho vários amigos que são.
A definição de empresário é: “Indivíduo que estabelece seupróprio negócio, assumindo os riscos e tendo como objetivo aobtenção de lucros”. No Código Civil encontramos a definição no artigo 966: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”
Portanto, a princípio qualquer um pode ser empresário. O negócio pode ser uma lanchonete. Uma casa de tolerância. Um templo. Uma lavanderia. Um serviço de acompanhantes. Uma boca de fumo. Qualquer negócio dá ao dono o rótulo de “empresário”.
Outro dia encontrei um dos meus amigos empresários, o Raul, em plena crise existencial.
O Raul enchia a boca dizendo que fazia parte de uma das categorias responsáveis por levar o Brasil pra frente, criando empregos, pagando impostos, movimentando a economia. E isso o enchia de orgulho. Quando chegava aos hotéis, preenchia a ficha de entrada com capricho, escrevendo“empresário” com letras maiúsculas.
Mas um dia o Raul começou aprestar atenção às notícias. Viu o Fred Godoy, aquele secretáriodo Lula. É empresário. O Silvinho “Land Rover”. Empresário. OMarcos Valério, empresário. Renan Calheiros, em sua versãovaqueira, é empresário. O Lulinha é empresário. O Oscar MaroniFilho, dono do Bahamas, é empresário. Uns pastores aí são empresários.
E, pra piorar, um curioso movimento começou a incomodá-lo. Os empresários verdadeiros começaram a ser considerados exploradores, sonegadores, aproveitadores. E o xingamento supremo chegou: elite. No Brasil de hoje, ou “nestepaíz”, ser empresário é quase-crime. Principalmente se o sujeito é um empresário bem sucedido. Lucro é sinônimo de butim...
Pronto. O Raul entrou em crise. Passou a ter vergonha de ser identificado como empresário. Está inconformado. Não quer mais ser empresário. Seu sucesso agora é uma mancha. Sua categoria virou rótulo de bandido. Sente-se “persona nongrata”. Não querser colocado no mesmo saco daqueles outros “empresários”. Está sofrendo uma crise de identidade. E me disse, tristonho:- Pô, devia ter vestibular pra empresário.
Pois para ajudá-lo, lançarei a “EmpreZONA”, uma certificaçãopara classificar empresários.
A EmpreZONA terá quatro categorias:
1) O empresário-de-ouro, para os que cumprem suas obrigações, causam impacto positivo na sociedade e têm consciência da influência que exercem sobre a comunidade onde atuam.
2) O empresário-de-prata, para os que cumprem as obrigações etêm bom desempenho, dentro do esperado.
3) O empresário-de-bronze para os que estão organizados e empenhados em contribuir, mas apenas começando. E por fim...
4) Os empresários-de-merda. Não precisa explicar, né?
Para concorrer às três primeiras categorias, mande-me um e-mail candidatando-se. Mas para concorrer à quarta categoria tem que pegar senha.
A procura será grande...
Este artigo é de autoria de Luciano Pires(www.lucianopires.com.br) e estáliberado para utilização em qualquer meio, contanto que sejacitado o autor enão haja alteração em seu conteúdo. Tomamos a liberdade deenviá-lo pois seu e-mail faz parte de nosso cadastro. Ele foicolocado lá por você ou por algum amigo (ou inimigo) que achouque você iria gostar (ou odiar).Caso não queira mais receber mensagens como esta, copie a URLabaixo(http://lucianopires.smartcrm.com.br/modules/emailmkt/section/envio/optout.php?INTE_ID=4040696&EMMA_ID=213)
.
.
.
Eu já fui empresário... A história é longa e sem um final feliz. Um dia, eu conto.
.
.
.
Um comentário:
Infelizmente temos muitos Raul`s por aí.. Envergonhados e desesperançosos..
Que assumem SIM muitos riscos, especialmente num país com níveis tributários impraticáveis, dentre outros inúmeros aspectos - que podem ser tratados em outro momento.
Esses são e sempre foram taxados de bandidos e exploradores há muito tempo, especilmente, desde a época em que certa turma que hoje está no TOP do poder administrativo e político do país, se dizia oposição.
Assim como o Luciano Pires tenho alguns amigos e familiares que ousaram.. e hoje os vejo caindo fora disso tudo .. Ora por que faliram .. Ora prá salvar o que der, após uma vida de trabalho... E "o que der" é isso mesmo .. é o que der e se der!
Só espero que os Lulinha`s e os outros dos "novos" super, hiper capacitados empresários aqui citados administrem suas empresas com mais competência que a velha guarda .. E que contribuam EFETIVAMENTE para a construção e crescimento deste país. E mais, que provem ao que vieram afinal!
Lucila
Postar um comentário