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Setores importantes da economia brasileira têm enfrentado muitas dificuldades para contratar trabalhadores bem preparados. As soluções que essas empresas encontraram estão na reportagem de Tonico Ferreira.
Abaixo trecho da reportagem:
" O auditor inglês Paul Sutcliffe trocou Londres por São Paulo. Especialista em padrões internacionais de contabilidade, foi importado por uma firma de consultoria que não encontrava um brasileiro com a mesma qualificação. “Às vezes é difícil, porque sempre tem muito trabalho, mas também tem um lado excelente porque você está sempre sendo desafiado”. A empresa já importou 37 estrangeiros e eles não vêm atrás apenas de bons salários. "
Abaixo trecho de outra reportagem do mesmo jornalista:
A indústria brasileira está de portas abertas para os trabalhadores. Em muitos setores, as portas estão escancaradas. Mas, ainda assim, ninguém entra. Qual é o problema? O repórter Tonico Ferreira tem a resposta.
Realmente é difícil, há anos o Brasil, leia-se governo/setor empresarial, não investe em seu potencial humano, ficando a cargo do próprio profissional a atualização de suas habilidades e conhecimentos. Não houve e não há, um direcionamento, um aconselhamento e outros "entos" para a formação e complementação desse conhecimento.
Há alguns anos atrás, as empresas investiam no pessoal, proporcionando MBA para alguns, de um tempo para cá: "nível superior, MBA (por conta da pessoa), conhecimento em especificações cheias de siglas que nem mesmo as vezes esses profissionais conhecem, com um salário ínfimo.
Recebi um anúncio de vaga, para engenheiro mecânico especializado em locomotivas diesel-elétricas com conhecimento em circuitos eletrônicos e blábláblá... Tudo que eu pensei na hora foi: PQP.
Não duvido da necessidade de obter profissionais, já vi isso acontecer em 85, havia uma escassez de pessoal qualificado, culpa do mesmo processo que nos levou a esta "crise de mão de obra" de hoje. Levaram uma leva de argentinos, chilenos e outras pessoas oriundas da América do Sul para as empresas de engenharia. O pessoal chegou com o salto alto, esnobavam a nós, que éramos "de casa".
Agora leio as reportagens do JN dos últimos dias... Isso dói. Como se em um passe de mágica, descobriram que não existe gente qualificada suficiente... Ahhh que pena! E precisam levar gente de fora, com um salário superior ao que pagariam para um brasileiro com a mesma qualificação, CASO HOUVESSE...
Há cerca de 10 anos atrás, as empresas leiloavam os trabalhos, quem cobrasse menos para fazer um projeto ou obra ganhava a concorrência. Seria o normal, mas o caso é que isso era feito sem critério sem o menor pudor ou ética, como havia pouco trabalho no mercado e algumas empresas de engenharia/montagem estavam no vermelho e no desespero, acabavam pegando o serviço já no prejuizo, com o valor da obra abaixo do necessário para cobrir as despesas - o pensamento na época era "melhor pingar que secar" - o resultado foi uma quebradeira geral.
Era comum uma obra ser colocada para concorrência somente com a engenharia básica, o detalhamento ficava a cargo da montadora, que deveria colocar pessoal para esse nível de trabalho - a qualidade caiu muito nesse período. Isso matou nossa engenharia e montadoras.
Paralelamente, as empresas de materiais e mão de obra, sofreram juntas; uma grande parcela da população que dependia direta ou indiretamente desse segmento foi penalizada.
Houve uma debandada geral do meio, quem estava na época de se aposentar optou por isso, outros caíram fora (leia-se: foram obrigados a), uma leva de profissionais mudando de área, saindo do país (conheço dois engenheiros que estão aqui, fora eu mesmo)...
E agora essas reportagens tipo "OHHH, VOCÊ VIU O QUE ESTÁ ACONTECENDO?"
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Setores importantes da economia brasileira têm enfrentado muitas dificuldades para contratar trabalhadores bem preparados. As soluções que essas empresas encontraram estão na reportagem de Tonico Ferreira.
Abaixo trecho da reportagem:
" O auditor inglês Paul Sutcliffe trocou Londres por São Paulo. Especialista em padrões internacionais de contabilidade, foi importado por uma firma de consultoria que não encontrava um brasileiro com a mesma qualificação. “Às vezes é difícil, porque sempre tem muito trabalho, mas também tem um lado excelente porque você está sempre sendo desafiado”. A empresa já importou 37 estrangeiros e eles não vêm atrás apenas de bons salários. "
Abaixo trecho de outra reportagem do mesmo jornalista:
A indústria brasileira está de portas abertas para os trabalhadores. Em muitos setores, as portas estão escancaradas. Mas, ainda assim, ninguém entra. Qual é o problema? O repórter Tonico Ferreira tem a resposta.
Realmente é difícil, há anos o Brasil, leia-se governo/setor empresarial, não investe em seu potencial humano, ficando a cargo do próprio profissional a atualização de suas habilidades e conhecimentos. Não houve e não há, um direcionamento, um aconselhamento e outros "entos" para a formação e complementação desse conhecimento.
Há alguns anos atrás, as empresas investiam no pessoal, proporcionando MBA para alguns, de um tempo para cá: "nível superior, MBA (por conta da pessoa), conhecimento em especificações cheias de siglas que nem mesmo as vezes esses profissionais conhecem, com um salário ínfimo.
Recebi um anúncio de vaga, para engenheiro mecânico especializado em locomotivas diesel-elétricas com conhecimento em circuitos eletrônicos e blábláblá... Tudo que eu pensei na hora foi: PQP.
Não duvido da necessidade de obter profissionais, já vi isso acontecer em 85, havia uma escassez de pessoal qualificado, culpa do mesmo processo que nos levou a esta "crise de mão de obra" de hoje. Levaram uma leva de argentinos, chilenos e outras pessoas oriundas da América do Sul para as empresas de engenharia. O pessoal chegou com o salto alto, esnobavam a nós, que éramos "de casa".
Agora leio as reportagens do JN dos últimos dias... Isso dói. Como se em um passe de mágica, descobriram que não existe gente qualificada suficiente... Ahhh que pena! E precisam levar gente de fora, com um salário superior ao que pagariam para um brasileiro com a mesma qualificação, CASO HOUVESSE...
Há cerca de 10 anos atrás, as empresas leiloavam os trabalhos, quem cobrasse menos para fazer um projeto ou obra ganhava a concorrência. Seria o normal, mas o caso é que isso era feito sem critério sem o menor pudor ou ética, como havia pouco trabalho no mercado e algumas empresas de engenharia/montagem estavam no vermelho e no desespero, acabavam pegando o serviço já no prejuizo, com o valor da obra abaixo do necessário para cobrir as despesas - o pensamento na época era "melhor pingar que secar" - o resultado foi uma quebradeira geral.
Era comum uma obra ser colocada para concorrência somente com a engenharia básica, o detalhamento ficava a cargo da montadora, que deveria colocar pessoal para esse nível de trabalho - a qualidade caiu muito nesse período. Isso matou nossa engenharia e montadoras.
Paralelamente, as empresas de materiais e mão de obra, sofreram juntas; uma grande parcela da população que dependia direta ou indiretamente desse segmento foi penalizada.
Houve uma debandada geral do meio, quem estava na época de se aposentar optou por isso, outros caíram fora (leia-se: foram obrigados a), uma leva de profissionais mudando de área, saindo do país (conheço dois engenheiros que estão aqui, fora eu mesmo)...
E agora essas reportagens tipo "OHHH, VOCÊ VIU O QUE ESTÁ ACONTECENDO?"
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EM TEMPO, O JORNALISTA TONICO FERREIRA NÃO TEM RESPOSTAS PARA O QUE ESTÁ ACONTECENDO.
Eu fico com uma sensação de falta de respeito e traição nisso tudo.
Acho que estou ficando velho.
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Eu fico com uma sensação de falta de respeito e traição nisso tudo.
Acho que estou ficando velho.
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