domingo, 27 de junho de 2010

Cala a boca Galvão

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Coitado do Galvão.
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O cara está trabalhando, ganhando o seu dinheiro de forma honesta (acredito eu), falando pelos cotovelos - que é o que ele é pago para fazer, falando besteiras, sim - mas o seu pagador pelo visto não está reclamando, usando uma gravata esquisita como alguns tem dito - mas o resto dos comentaristas também estão, torcendo pelo Brasil - difícil para um comentarista brasileiro não fazer isso.
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E criam um slogam "cala a boca Galvão" - abrem comunidade no Orkut, escrevem faixas e as mostram nas arquibancadas para transmissão mundial. Como brincadeira passou dos limites, se a serio também.
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Povo estranho o nosso. Como sociedade temos tanta coisa para reclamar, para pedir, para exigir, para aplaudir ou repudiar, mas ficamos nos preocupando com uma pessoa que não tem poder para nos prejudicar.
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No caso do Galvão, se não se gosta do que ele fala, é só mudar de canal.
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segunda-feira, 21 de junho de 2010

7 x 0

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Desta vez a equipe portuguesa acertou o lado do campo em que deveriam chutar...
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sábado, 19 de junho de 2010

Amigos para sempre

Escrevendo em outros lugares...

Cerremos esta porta.
Devagar, devagar, as roupas caiam
Como de si mesmos se despiam deuses,
E nós o somos, por tão humanos sermos.
É quanto nos foi dado: nada.
Não digamos palavras, suspiremos apenas
Porque o tempo nos olha.
Alguém terá criado antes de ti o sol,
E a lua, e o cometa, o negro espaço,
As estrelas infinitas.
Se juntos, que faremos? O mundo seja,
Como um barco no mar, ou pão na mesa,
Ou rumoroso leito.
Não se afastou o tempo. Assiste e quer.
É já pergunta o seu olhar agudo
À primeira palavra que dizemos:
Tudo.

In Poesía completa, Alfaguara, pp. 636-637

By Saramago



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Entre o ganhar e o jogar bonito

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No trajeto entre o ônibus e o metrô: "detesto esses brasileiros" - isso falado em Português, por uma das três senhoras que atravancavam a rua com um andar arrastado e linguajar de baixo nível.
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Ela demonstrava sua insatisfação com a seleção by Dunga. Não me atrevi a perguntar o motivo de tanta revolta, raiva, estupidez, ou de que país elas vinham, ou eu seria alvo daquela beligerância.
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Tá certo, a seleção não jogou bonito, mas e daí? Ganharam, não? Não estamos no país de se levar vantagem? Pois foi isso que aconteceu, levamos vantagem sobre os norte coreanos. Ou teriam os selecionados que também jogar bonito?
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Confesso que não entendo a lógica das pessoas.
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Não entendo o porque de tomar algumas fechadas no trânsito, de quase ter os espelhos do carro arrancados pelos motoqueiros - algumas vezes ambos ao mesmo tempo. De ver lixo sendo jogado dos carros. De lixo sendo amontoado na minha calçada pelos supostos amigos vizinhos. Das igrejas que proliferam em meu bairro fazendo muito barulho para atrair mais adeptos e não permitindo o sossego que seria esperado. Dos vizinhos que nos mesmos fins de semana querem contribuir com a cultura de massas, tocando alto músicas ensandecidas e sem ritmo, até altas horas da madrugada. De crianças que não recebem mais educação em casa, sendo ela - a educação, transferida para os professores que não tem hierarquia sobre os jovens. De pessoas desocupadas que trancam a calçada e que não me deixam chegar cedo ao trabalho além de me fazer ouvir um besteirol sem tamanho. Isso e muito mais...
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E tudo sendo feito sem a elegância que aquelas senhoras pleiteavam da seleção que ganhou o jogo.
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Algumas vezes eu chego perto de entender o porque de alguns americanos entrarem atirando em alguns estabelecimentos... Só algumas vezes.
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domingo, 6 de junho de 2010

Menos

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Na traseira do caminhão havia um adesivo: "motorista inteligente a bordo".
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Só li isso porque a fechada que ele me deu fez com que eu ficasse cara a cara com o adesivo.
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