- Como entrou aqui? Ou melhor, quem é você?
- Entrei pela porta, você a deixou aberta. Já quem sou eu é mais difícil de explicar, digamos que sou um mensageiro.
- E tinha que invadir meu quarto? Não dava para esperar amanhecer?
- Neste caso não dava, eu tenho que entregar a mensagem com hora marcada.
- Tá, tá, tá, qual a mensagem?
- Você morreu.
- O quê? Que palhaçada é essa?
- Sabe o que me chateia no meu ofício? As explicações... olhe ali na cama, é seu corpo. Você morreu pouco antes de me vir, e eu sou o agente que lhe devia esse anúncio. Passar bem.
- Não, espere. Como assim? Fala uma coisa dessas e me deixa sozinho?
- Todo mundo nasce sozinho e morre sozinho.
- Mas é só isso? Não tem luz branca, Céu ou inferno?
- Você queria o que, uma fanfarra para anunciar? Morre gente o tempo todo. Você faz, fazia medicina, devia saber disso.
- Mas e agora? O que eu faço agora?
- Nada, você morreu.
- E de resto nada?
- O resto é silêncio! Adoro essa frase. Passar bem.
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