segunda-feira, 2 de julho de 2007

Vida sintética

.
WASHINGTON - Os cientistas deram o primeiro passo para a produção de vida sintética, com a transferência de material genético de uma bactéria para a outra, transformando a segunda em uma cópia da primeira. O objetivo da técnica é criar bactérias projetadas para realizar funções como produzir combustível artificial ou limpar o lixo tóxico, afirmam os pesquisadores na edição de sexta-feira da revista "Science".
- É o equivalente a transformar um Macintosh em PC incluindo um novo software - disse Craig Venter, pioneiro do genoma que hoje chefia seu próprio instituto em Rockville, Maryland, numa entrevista coletiva por telefone. - Acho que vamos acabar conseguindo fazer células artificiais. É um primeiro passo.
Venter vem tentando há anos criar um micróbio a partir do zero. Ele ainda não conseguiu, mas sua equipe reprogramou uma espécie de bactéria ao acrescentar a ela material genético de um outra espécie parecida.
Os cientistas projetaram o cromossomo substituto para resistir a um antibiótico, e então submeteram o experimento à droga. As bactérias que sobreviveram carregavam apenas os genes que tinham sido incluídos. Os pesquisadores acreditam que as outras morreram, mas não sabem bem como o novo DNA reprogramou as bactérias nem o que aconteceu com o DNA original.
Ainda assim, a equipe de Venter pediu a patente do processo e pretende explorá-lo industrialmente. Venter acredita que será relativamente simples construir um novo cromossomo a partir do nada, que tenha funções predeterminadas, para assim se criar uma bactéria feita sob medida.
- O que estamos relatando na Science não é sobre um organismo sintético - disse ele. - É um passo essencial pois, quando tivermos um cromossomo sintético, já sabemos que é possível incluí-lo. A biologia sintética e a genômica sintética estão bem mais perto de serem provadas.
No experimento foi usada uma bactéria bem simples, o Mycoplasma capricolum, que costuma infectar animais. As bactérias não têm núcleos como as células de organismos mais complexos. A equipe inseriu então um cromossomo da espécie Mycoplasma mycoides.
Os pesquisadores admitem que será muito mais difícil fazer essa transformações em organismos mais complexos, mesmo bactérias, que têm paredes celulares e mecanismos de defesa para repelir DNA estranho.
.
.
.
Eles esquecem que a Natureza não reage, ela se vinga...
.
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é... Enquanto os estudos e intenções forem pro bem.. Tudo certo!
Maaaaaaaas...
Tudo pode mudar e se tornar um caos, caso ocorra uma ligeira "falta de controle" ou mesmo pelo uso inadequado das tais bactérias..
Esse não é um assunto que eu domine ... Mas acredito que muitas experiências (que desconhecemos) já devem estar acontecendo entre nós...
Não é a toa que estamos sendo infectados cada vez mais e de maneiras cada vez mais estranhas...
Lucila